terça-feira, 30 de julho de 2013
domingo, 28 de julho de 2013
quinta-feira, 25 de julho de 2013
O Falso Amigo!
O falso amigo e verdadeiro inimigo.
Não queria ser eu a escrever esta história pois há por certo pessoas mais avalizadas do que eu para narrar esta passagem, alem disso não me quero tornar em monopolizador destas páginas, mas como ninguém tem falado deste (amigo)inimigo eu vou falar daquilo que foi deixado sair cá para fora num cenário de investigação, para não usar nomes próprios vou referir este (amigo)inimigo pelo nome Max.Max. era um rapaz nativo que devia ter entre os 18 e os 20 anos, trabalhava na Vila do Lumeje em diversos serviços pertença da sociedade civil desta localidade, era um moço afável que nos tratava bem, sempre muito prestável e além do mais um exímio jogador de futebol, era bom vê-lo jogar pelos Nativos contra qualquer equipa da nossa Companhia, jogava o jogo pelo jogo nunca entrando em jogadas maldosas pois a sua habilidade nata para jogar dispensava-o de ter que recorrer a jogadas faltosas ou maldosas, convivia connosco numa franca e respeitosa Camaradagem e nós também o tratamos com respeito e amizade durante o tempo que o tivemos como amigo.
A certa altura creio que no inicio de Fevereiro de 1968 o Max. apareceu no nosso Quartel choroso e a pedir ao nosso Comandante o favor de lhe dar proteção com o argumento de que o inimigo o teria abordado e ameaçado de morte por ele ser amigo das Tropas Portuguesas, penso que terá usado de várias prorrogativas acerca do nosso inimigo com o que terá levado O nosso Comandante a dar-lhe guarida no seio do nosso Quartel na prespectiva de proteger o Max. de qualquer investida do inimigo.
O Max. ficou resguardado no nosso Quartel e foi-se sempre comportando de forma a merecer a nossa confiança que ele sabia muito bem conquistar, conseguindo os seus intentos que era ser visto como bom amigo e lá pediu ao nosso Comandante se quando nós fosse-mos á Localidade -X- onde tínhamos permanentemente uma secção destacada o auturisava a acompanhar-nos para poder visitar os seus familiares residentes nessa Localidade -X-, O nosso Comandante anuiu e no dia em que foi necessário ir á Localidade -X- O nosso Comandante autorizou a que o Max. integra-se no Grupo de Combate que ali se tinha que deslocar, aqui o Max. teve contacto e acesso á casa que servia de Base para a secção ali estacionada, e terá creio eu ficado algum tempo nessa nossa Base tempo esse que lhe terá sido o suficiente para ele pôr em prática aquilo que planeava e que com a sua amabilidade tornava possível executar.
Regressou então ao nosso quartel com O Grupo de Combate que tinha ido cumprir a sua missão, é aqui que toda a manobra começa a aperceber-se, O Furriel que comandava a Secção destacada na Localidade -X- foi alertado pelos Camaradas que ali prestavam serviço que havia um Cunheto de Material de Guerra violado e com falta de algumas Granadas de uso manual, O Furriel procura junto dos seus subordinados se tinham tido necessidade de usar algum material, a resposta é que ninguém tinha feito uso daqueles projeteis, nesta situação O Furriel que chefiava a secção faz o que lhe compete e dá conhecimento via Radio Ao nosso Comandante de Companhia, O nosso Capitão logo transfere esta situação para a investigação que de imediato fez deslocar para o nosso Quartel um elemento da Pide para investigar esta anomalia.
1º resultado e com todo sentido, se para além dos Militares só o Max. teve acesso aquele local é logico que foi ele quem retirou o material que faltava, aqui o Max. passa de protegido a prisioneiro, nesta situação o Max. começa a ser interrogado exaustivamente para o fazer vomitar o que escondia dentro de si, não terá sido tarefa fácil fazê-lo dizer quem era realmente, ao que vinha e quais as suas reais ligações com o nosso inimigo, desse aperto foi conseguida a confissão de ter roubado as ditas Granadas, terá dito que as passou logo para o nosso inimigo na localidade -X- que ele era um elemento graduado do nosso inimigo demonstrando ter total conhecimento da localização do Aquartelamento inimigo ao qual ele pertencia e penso eu terá dito meias verdades porque não há melhor mentira que a que contem meia verdade, terá então levado o investigador a acreditar que levaria as nossas Tropas até ao pressuposto quartel inimigo para que nós num golpe de mão neutraliza-se-mos esse foco do inimigo.
Foram então ponderados todos os elementos disponíveis para daí podermos passar á ação de neutralizar esse refugio do inimigo, o Max. prontificou-se para servir de guia para se atingir o objetivo que ele conhecia muito bem.
Seguidamente prepara-se a companhia para esta operação, as nossas forças vão de viatura até á localidade -X- onde ficam as viaturas á guarda da secção que aí se encontrava em serviço, depois foi a caminhada feita através do percurso indicado pelo Max. que servia de guia é um dia de caminhada para tentar chegar ao objetivo prespectivado pelo Max. e que seria pressuposto encontrar o dito refugio do inimigo, depois de tanto caminhar os Camaradas que seguiam á frente das nossas Forças começaram a aperceber-se que o Max. não estava ali para ajudar mas para ou tornar possível uma cilada ou então tentar em sitio apropriado fazer a fuga, aperceberam-se que já iam a entrar pela 3ª vez no mesmo trilho em que andavam envolta do mesmo morro, então um Camarada que seguia junto ao Max. diz-lhe ó seu filho da P...a tu estás a enganar-nos estás a ver se nos F....s aqui o Max. ao sentir que já não enganava ninguém tenta fugir mas o Camarada que ia por perto dele não era peco e vai de lhe atirar a matar e acertando em cheio não o deixou enganar mais ninguém, provavelmente ficou perto do seu aquartelamento para não dar muito trabalho
domingo, 14 de julho de 2013
Uma aventura em Angola!
Última noite em Estremoz passou-se assim: Fui jantar fora com alguns companheiros e como a noite era de despedida jantámos e bebemos uns copos, de maneira que fiquei com uma piela de todo o tamanho de tal forma que para ir para o comboio tiveram que me levar. Quando cheguei a Lisboa estava lá a minha irmã com a bagagem, foi a despedida e lá entrei para o Niassa. Começou assim uma viagem que foi muito sentida, pois íamos para longe de tudo e de todos sem saber o que íamos encontrar. Quando me sentia menos bem deitava as mãos a uma garrafa! Tinha um grande amigo e assim que me via com a garrafa na mão dizia: - Oliveira deita essa garrafa ao pego! Nunca me vou esquecer desse amigo, era o Cristo, todos os meses me pagava uma cerveja e dizia: - Oliveira pode ser a última que eu te pago … e um dia foi mesmo o último, e numa emboscada fui dar com ele morto.
A chegada a Luanda foi no dia 26 de Abril de 1966, desembarcamos no porto mar e fomos para o Grafanil onde montamos as tendas de campismo e lá tivemos alguns dias. Uma tarde fui a Luanda com uns amigos andamos a passear e já de noite fomos a um quiosque na marginal comer uns camarões pois o apetite era muito, comemos e bebemos e já estávamos bem tratados, eu fui fazer xixi do outro lado da marginal e quando vinha de regresso encontrei um banco e lá fiquei, os meus amigos julgaram que eu me tinha ido embora pagaram a despesa e foram-se embora, e eu lá fiquei a dormir no banco, quando acordei estava sozinho e só via passar os carros da polícia militar, fiquei muito assustado e fui a andar direito á Portugália onde estava um carro e meti-me lá debaixo a passar umas horas até amanhecer. Depois saí de lá e fui andando a caminho do Grafanil, passou um carro militar e levou-me até lá onde os meus colegas já estavam preocupados, quando apareci é claro que ficaram todos satisfeitos.
A seguir foi a ida para o norte no dia 1 de Maio de 1966, partimos em coluna e nas avenidas os civis diziam-nos adeus acenando com lenços brancos, a próxima paragem foi no Caxito, onde foi o pequeno-almoço, continuámos a viagem até Quicabo onde ficámos alguns meses. A missão era fazer reconhecimentos, para os maçaricos foi um sítio que se chamava o Novo Mundo, onde fomos atacados por formigas, houve até quem se despisse com tanta formiga na roupa. Uns meses mais tarde fomos para a operação Quiçonde onde havia tango (tiros) todos os dias, também havia lá muita mata canha nos pés, quem ma tirava era o meu amigo Lourinhã, para ele um grande abraço do amigo Oliveira. Depois de 6 meses em Quicabo fomos para as termas de Maria Fernanda onde era tudo diferente e até o clima era bom. Uma vez estava a malta a jogar á bola e o nosso Capitão estava fora, quando chegou andávamos em tronco nu e descalços, era uma rebaldaria como se costuma dizer. O responsável era o Alferes Azevedo e o Capitão não achou muita piada e disse: - Nosso alferes, patrão fora dia santo na loja. Passado uns tempos fomos fazer um reconhecimento e encontramos um enxame de abelhas, aí foi um pandemónio e corria um para cada lado. Mais tarde fomos rendidos e dirigimo-nos para Luanda e depois para o Leste, fizemos a viagem na
camionagem Eva para Nova Lisboa, cidade muito bonita, aí apanhamos o comboio para o Lumége onde tivemos 9 meses numa vila bonita e muito acolhedora. Uma vez o meu pelotão foi ajudar a companhia que estava em Vila Teixeira de Sousa fomos fazer uma patrulha e ficámos lá uma noite, dormimos dentro de um quibo abandonado e fomos atacados pelas carraças, fomos todos mordidos pelos bichos e viemos para o quartel onde tivemos que ser todos desinfectados. Voltámos então para o Lumége depois de tanto saltarmos de um lado para o outro e de muito trabalho, acontece uma desgraça, fomos a Luaxe fazer um reconhecimento e no regresso tivemos duas emboscadas onde tivemos 3 baixas no dia 27 de Março de 1968, o nome deles era o Cristo, o Celestino e o Diplomata. Uma tarde que nunca me vou esquecer na vida, nessa tarde viemos para o quartel e há noite saiu um grupo para ir fazer um reconhecimento onde tiveram também uma emboscada e onde faleceu o Alferes Pais, foi uma operação muito difícil, vi na pista 2 bombeiros e 1 helicóptero, um momento que marcou muito a vida de muita gente, foi esta a realidade do passado e de uma vida militar.
Depois chegou o dia do regresso para o embarque no dia 1 de Maio de 1968 em Luanda, foi um dia muito comprido para depois de tantos dias á espera esse dia tão longo parecia não chegar a hora mas enfim chegou e finalmente embarcamos. Chegámos a Lisboa no dia 13 de Maio de 1968, fomos muito bem recebidos, tínhamos a família á nossa espera, eu tinha a minha querida mãe, a minha irmã e mais uns primos, após estarmos com a família lá partimos de comboio para Estremoz onde fizemos o espólio, e a despedida do nosso comandante, depois vim para casa onde o resto da família me esperava. A seguir foi descansar uns dias e depois procurar trabalho. Fui trabalhar para uma empresa de metalomecânica que se chamava Cometna, junto á estação do caminho de ferro de Palmela, onde trabalhei 2 anos, depois fui para outra fábrica que era de montagem de automóveis chamada Movauto nas Praias do Sado em Setúbal, onde trabalhei 6 anos, entretanto casei constitui família e tive uma filha. Depois de tudo isto a Movauto resolve dar ordem para fechar e abre outra empresa ao lado de frigoríficos chamada Frisado, depois mudou de nome para Ariston e depois para Merloni lá permaneci 32 anos e de lá saí aposentado.
Hoje tenho uma pequena horta onde passo algumas horas do dia vou semeando algumas hortaliças para consumo de casa.
Com isto me despeço de todos os meus companheiros, muitas felicidades.
Jorge Henrique Oliveira Soldado nº2187/65 companhia 1 535
terça-feira, 2 de julho de 2013
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